"CAMBALACHE" - Fora da Lei - Raul Seixas (versão)
Que o mundo foi e será uma porcaria eu já sei... em 506 e em 2000 também.
Que sempre houve ladrões, maquiavélicos, safados,
Contentes e frustrados, valores, confusão...
Mas que o século vinte é uma praga de maldade e lixo, já não há quem negue.
Vivemos atolados na lameira e no mesmo lodo, todos manuseados!
Hoje em dia dá no mesmo ser direito que traidor...
Ignorante, sábio, besta, pretensioso, afanador...
Tudo é igual, nada é melhor.
É o mesmo um burro que um bom professor, sem diferir, é sim senhor!
Tanto no norte ou como no sul;
Se um vive na impostura... ou profana sua missão.
Dá no mesmo seja padre, carvoeiro, rei de paus, cara-dura ou senador!
Que falta de respeito, que afronta com a razão!
Qualquer é um "senhor", qualquer é um ladrão!
Misturam-se Beethoven, Ringo Starr e Napoleão
E o nobre Dom Juan, John Lennon e San Martín.
Igual como uma frente de vitrine esses bagunceiros se misturam à vida!
Feridos como sabres já sem ponta, vão chorar a bíblia junto ao aquecedor!
Século XX "Cambalache" problemático e febril.
Quem não chora não mama, quem não rouba é um imbecil...
Já não dá mais.... força que dá!...
Que lá no inferno nos vamo' encontrar...
Não penses mais, senta-te ao lado!
Que a ninguém importa se nasceste honrado!
Se é o mesmo que trabalha noite e dia como um boi
Se é o que vive na fartura, se é o que mata, se é o que cura
Sou mesmo um fora-da-lei!...
(Letra e música original de Enrique Santos Discépolo, 1935)
Nenhum comentário:
Postar um comentário